quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dôssie foturna crítica: Sombras (1959, 81min; John Cassavetes)



CASSAVETES, o batalhão de um homem só,

Se John Cassavetes tivera sido europeu em vez de norte-americano, as coisas teriam sido diferentes. Não há dúvida sobre isso. Ele roda seu primeiro filme, Sombras (Shadows), entre 1957 e 1959; nestes anos, na Europa, surgiram os chamados cinemas novos; e naquelas datas foram filmadas, para citar um punhado de títulos, Ascensor para Cadafalso (Ascenseur despeje l`échafuad, 1957) por Louis Malle, Paris nos Pertence (Paris nous appartient, 1958-1961), de Jacques Rivette, Acossado (À Bout de Souffle, 1959) de Jean Luc Godard, Os Incompreendidos (Les 400 coups, 1959) de François Truffaut, Hiroshima Meu Amor (1959), por Alain Resnais, Odeio Essa Mulher (Look Back in Anger, 1959) de Tony Richardson, Los Golfos (1959) por Carlos Saura, A Doce Vida (La Dolce Vita, 1959) de Federico Fellini, A Provocação (La Sfida, 1959) por Francesco Rosi, ou O Tempo Parou (Il Tempo si è Fermato, 1959) por Ermanno Olmi. Todos eles terão muito mais sucesso que o filme de Cassavetes e seus diretores, cada um com sua problemática e trajetória, desfrutarão de uma maior boa vontade do que terá Cassavetes em seu país. Por algo, é na Europa onde será melhor tratado. O ambiente cinematográfico é outro. Há mais abertura para mudanças. Na América do Norte não havia um "cinema do papai" para lutar contra, mas uma forte indústria assentada onde os códigos estavam rigidamente controlados. E Cassavetes decidiu lutar contra isso.

Uma luta de Titãs.




SOBRE os períodos de filmagem,

O filme foi rodado em 16mm por Cassavetes, que não tinha experiência anterior, sem um script determinado, essencialmente improvisado e atores amadores pertencentes a seus alunos da oficina de interpretação; não custou mais de US $ 40.000; A lenda diz que parte do financiamento do filme foi obtido através de contribuições feitas pelos ouvintes de um programa de rádio. Enquanto foi filmado durante 1957, depois de umas primeiras projeções insatisfatórias, Cassavetes não lançou em sua forma final até 1959, após a re-editar e ajustá-lo em quase metade de sua metragem.



A VERDADE que está nas aparências, o ar de rua, transposição de um sistema ao outro,

https://cinecafe.wordpress.com/2009/08/19/sombras-john-cassavetes-1959/:

Mas o que mais marca é a maneira de ele parecer um “filme de rua”. A câmera (às vezes na mão) passeia por avenidas, plataformas de trens, casas, táxis, preocupado com o que cada um desses lugares tem a mostrar; quer ver rostos de passantes e gente desconhecida, pessoas como aquelas lá de cima; Nova York foi pra tela de cinema em carne e osso. O que acentua esse aspecto também é a técnica de improvisação de Cassavetes, que usava atores não-profissionais.



http://www.cineplayers.com/comentario/sombras/37572:

É interessante notar uma divisão feita direta ou indiretamente em Sombras (Shadows, 1959). Primeiramente parece se tratar de um filme da nouvelle vague, vagabundos intelectuais que correm por aí para fazer bicos e discutir arte, depois se torna um falso melodrama, que embala o desconforto de suas personagens. Sombras, ataca na ingenuidade de todos, músicos falidos intelectuais que ora visitam museus ora estão em uma festinha discutindo Jean-Paul Sartre



http://apaladewalsh.com/2013/03/24/shadows-1959-de-john-cassavetes/:

No fim do filme, uma frase anuncia the film you have just seen was an improvisation. Pode debater-se a validade desta afirmação, se realmente foi improvisado ou se apenas estudado para parecer assim, se faz sentido falar de improvisação no cinema quando se trata de uma obra fechada, destinada à repetição. A ideia maior será quebrar com o classicismo dominante, marcar a ruptura através de uma nova linguagem, e dotar o filme de um espírito irrequieto, que ao mesmo tempo regista as mudanças numa sociedade americana em convulsão e propõe uma diferente abordagem artística.






LINKS EXTRAS:

http://criticosdecinema.blogspot.com.br/2007/03/sombras-cassavetes-1959_20.html:

http://www.filmespolvo.com.br/site/artigos/plano_sequencia/137

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

trecho de France/tour/detour/deux/enfants (1977, 26 min; Jean-Luc Godard)




FRANÇA/IDA/VOLTA/DUAS/CRIANÇAS, Movimento 1: Escura/Química
Os monstros vão para casa,
o mais rápido possível
Parecem átomos
Atravessando a paisagem
que eles devastaram
O trabalho de uma 
vida 
inteira de turistas
Devastando a paisagem, devastador
Um vasto empreendimento, solitário
Os lobos acendem as luzes laterais

O diamante, um solitário
Tudo isso junto - um solitário
continuam parecendo átomos
Iluminada, uma loucura escura
Um desastre industrial
A infância da idade do aço